Conhecimentos Esotéricos

Qualquer revista ou jornal que abrimos, encontramos um espaço destinado ao horóscopo, às previsões e até à magia. Entretanto, em nossa época, todos estes elementos aparecem na superfie dos acontecimentos. Surgem como previsões mágicas ou extraordinárias, todavia o esoterismo fala da vida ordinária, do trivial, do dia-a-dia.
Às vezes, nos colocamos a discutir sobre estes elementos, porém nossa conversa se concentra na afirmação ou na negação dos mesmos. Somos tão medíocres que nos damos ao luxo de acreditar ou não, e ainda condenar os que pensam de forma diferente. Ou seja, mantemo-nos na superficialidade de nosso EGO, sem adentrarmos naquilo que o esoterismo tem de mais precioso e quer nos mostrar.
Contudo, vemos pulular inúmeros pseudo-terapeutas que tentam usar dos milenares conhecimentos esotéricos como fonte de renda. Infelizmente, estes nada entenderam e nada fazem a não ser transformar a sutileza do divino num comércio bruto e inócuo.
Na Grécia antiga irrompem dois modos de conhecimento: o “exo-térico” e o “eso-térico”. O saber exotérico tratava da sabedoria trivial, daquilo que pode ser ensinado ao grande público, das coisas que podem ser ditas e discutidas com todas as pessoas, sem necessidade de uma iniciação. Todavia, o conhecimento “esotérico” é o aplicado aos discípulos, àqueles que estavam mais próximo do mestre. Este ensinamento oferecia um certo entendimento do mundo e das coisas, de modo mais profundo e secreto. Os textos do Evangelho têm muitos exemplos de conhecimento esotérico, principalmente quando Jesus utiliza a frase: “Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça.” Ou seja, ele não fala para todos, mas somente àqueles que têm os ouvidos afinados, àqueles que estão aptos para ouvir.
O esoterismo só pode ser oferecido aos que têm o ouvido atento, aos que ouvindo podem escutar, e escutando conseguem por em prática. Deste modo, muitos até têm contato com as palavras de mestre, mas por estarem na dinâmica do grande público jamais a colocarão em prática. Em Coríntios 13 podemos ver, no texto de Paulo, a dinâmica desta instrução: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o sino que retine em vão”. Sem esta disposição todo conhecimento formal, toda ciência, toda matemática, para nada serve, ao contrário somente ocupa espaço.
Segundo Paulo, existe um acionador para o conhecimento esotérico, somente quem ama tem acesso a este saber. Portanto, não basta ter ouvidos é preciso saber ouvir. Todo empenho do esoterismo está em mostrar aquilo que realmente somos, sem as aparências criadas. Em Jesus todo este saber era exposto a cada fala, em cada momento, porém somente quem tem os ouvidos afinados podem compreender o segredo de sua mensagem.
Nas próximas edições estaremos visitando diversos modos do conhecimento esotérico. Assim, poderemos entender um pouquinho mais sobre nossa existência humana na terra e sua relação com o sagrado. Porém, somente quem tiver os ouvidos afinados poderá participar desta discussão.