A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA DO HOMEM

Todos concordam que a educação sempre esteve voltada aos interesses do homem. Ela sempre visa atender as exigências de uma determinada classe, ou de um determinado povo, num determinado período ou espaço de tempo. Na verdade, a educação não teria sentido se não estivesse voltada para a promoção do homem. Uma visão histórica da educação mostra como esta esteve sempre preocupada em formar determinado tipo de homem. Os tipos variam de acordo com as diferentes exigências das diferentes épocas. Mas a preocupação com o homem, é uma constante.
Do ponto de vista da educação, promover o homem significa torná-lo cada vez mais capaz de conhecer os elementos de sua situação para intervir nela, transformando-a no sentido de uma ampliação da liberdade, da comunicação e colaboração entre os homens. Toda educação verdadeira é auto-educação, cujo fim é permitir ao homem o auto-encontro, dando a ele o direito de reger o próprio destino, de torná-lo capaz de ser seu artífice como os deuses são os obreiros do mundo que nos cerca.
Considerando que a educação sempre tem como objetivo principal promover o desenvolvimento do próprio homem, são as suas necessidades reais que vão delimitar ou demarcar a ação que a educação exercerá sobre determinado grupo ou nação. Portanto, a finalidade primeira e primordial da educação é suprir os interesses e as necessidades do próprio homem, no período da existência do mesmo.
A educação tem como princípio básico tornar o homem um ser totalmente culto no sentido erudito da palavra. Dessa forma, podemos entender educação como sendo sinônimo de cultura, ou seja; a transformação que o homem opera sobre o meio e os resultados dessa transformação. A finalidade da educação é o desenvolvimento, e a finalidade do desenvolvimento é maior desenvolvimento.
Então, devemos considerar que a educação não tem fim em si mesma, mas objetivos que são transformados em meios. É possível então deduzir, ou melhor, perceber que a educação não está voltada para si mesma, mas, busca da melhor forma possível, acompanhar o processo evolutivo do ser humano, sempre o direcionado ao seu próprio desenvolvimento.
A educação sugere que o homem, sendo um ser em constante processo de mudança, assim inacabado, é sempre objeto da mesma. Esta reflexão põe em “Xeque” a idéia tradicional de educação, como uma determinada fase na vida do ser humano. Surge então o conceito de educação como essência da existência humana. A educação, no sentido amplo, não se limita à sala de aula. Mas, faz parte do complexo processo de socialização, que transforma o ser humano num ser social, capaz de participar da vida de uma sociedade, e continua enquanto lhe for preciso aprender a adaptar-se a novas circunstâncias e a desempenhar novos papéis.
Assim, cabe frisar que reconhecer a importância da educação na existência da humanidade é dar valor àquilo que consideramos como nossa própria descendência cultural. Com efeito, preocupar-se com a educação significa preocupar-se com nossa própria história, tendo como foco o desenvolvimento do homem integral.

EDUCAÇÃO: O VALOR MÁXIMO DO SER HUMANO

Se quisermos realmente descobrir e compreender o valor essencial da humanidade, precisamos primeiro descobrir e analisar a origem e a prática educacional que foi sendo cultivada e transmitida de geração em geração.
É a partir da educação, da formação e da cultura, enfim, do modelo de vida de um povo, que se torna possível compreender a história, onde a educação e o homem sempre estiveram trilhando passos conjuntos. Neste sentido, percebemos que não apenas o valor, mas toda a concepção que temos de homem, só é possível porque possuímos em nossa essência o princípio da educação.
A educação está envolvida em tudo que diz respeito ou refere-se a nossa vida, desde as condições de nossa inserção no mundo material, no mundo social e cultural, até a inserção no mundo de nossos sentimentos e emoções. Em tudo a educação é referência.
O homem é um ser essencialmente histórico, político, social e cultural. Por isso, a educação não pode ser isolada dessa realidade. Ela faz parte de todo o círculo que envolve a natureza humana, assim não deve ser vista simplesmente como uma disciplina curricular. Pelo contrário, educação é justamente um processo contínuo de formação e inculturação. Muito diferente de ser uma fase ou etapa que termina com o ingresso do homem na fase adulta ou no trabalho, ela acompanha o destino do ser humano em todas as idades, até seu fim último.
A educação deve acompanhar e formar o homem em sua totalidade, de modo que ele esteja à altura das funções que lhe incumbem nesta vida, e até mesmo prepará-lo para a morte.
Através do princípio da educação, o homem impulsiona o conhecimento e a descoberta do outro. É o caminho do homem consigo mesmo e com a história que ele mesmo constrói. Portanto, a educação é o foco central da descoberta e investigação da história humana, enquanto busca pela essência e valor do ser humano.
A educação deve ser observada como manifestação histórica da cultura que herdamos ao longo de todo o processo e que foi passando de geração em geração. Ela é, acima de tudo, o meio pelo qual o povo recria perpetuamente as condições da própria existência, transmitindo firmemente suas crenças, valores e habilidades. Neste sentido, vale lembrar que a educação não se reduz à mera transmissão de saberes; mas ela faz parte da dinâmica de construção cooperativa do homem. Portanto, educação entendida nesta ótica seria reconduzir o ser humano para que ele se descubra como valor-fonte de toda experiência possível. Educar é mostrar que a semente do conhecimento está dentro de cada indivíduo, e só depende dele para produzir frutos.
Neste processo de reconhecimento sobre o papel da educação, podemos afirmar que a mesma serviu desde o início da humanidade como farol, fazendo com que os valores se agregassem às novas conquistas, renovando-se continuamente.
O sentido primordial da educação está reservado aos seres humanos, pois a educabilidade é uma dimensão que caracteriza o homem. É um compromisso humano. Poder-se-ia dizer que é o mais humano e mais humanizado de todos. O homem vai transformando-se em homem pela aprendizagem que vai adquirindo.
A educação é central na história do homem e é a partir dela que o indivíduo vai se desenvolvendo e tornando-se numa pessoa socialmente reconhecida e aceita dentro de um determinado grupo.

Educação: Um conceito

Toda vez que falamos ou ouvimos falar sobre educação, geralmente temos a tendência de reduzi-la a um período, que normalmente fica situado entre os anos de estudo vividos por uma determinada pessoa. Com isso, fica claro que nossa intenção é sempre relacionar educação com estudo. Porém, seria esta uma interpretação correta, com um significado todo próprio e lógico? Ou não estaria ocorrendo uma tentativa de transformar todo um processo natural e gradual, num simples limite específico (espaço físico), que poderíamos denominar sala de aula?
Sabemos que os estudos acadêmicos fazem parte do processo de educação do ser humano. No entanto, é equivocado afirmar e limitar educação à etapa de estudo. Além do que, educação é muito mais do que um período, que uma etapa, que uma tarefa, ou ainda que uma fase. Educação o processo em que o humano vai buscando trilhar o caminho do amadurecimento integral. Este processo não é momentâneo ou passageiro, mas sim uma dinâmica que precisa ser buscada e vivida durante toda a existência.
Esta interpretação parece, em primeira instância, um tanto superficial, sem muito fundamento. Enfim, com um significado distante e irreal daquilo que é “normal” escutarmos cotidianamente. Destarte, precisamos deixar de lado a intenção de querer sempre simplificar concepções, para que as mesmas se tornem mais acessíveis à nossa compreensão. É justamente por isso que, muitas vezes, não damos tanto valor às coisas importantes, neste caso, à educação, contribuindo assim, para que a mesma vá perdendo seu brilho e seu valor originário. Não podemos deixar que todo um processo existencial do ser humano se encaixe dentro de uma concepção simplista que formulamos.
Educação é passar de uma mentalidade ou de um senso comum a uma consciência. Significa sair de uma concepção fragmentária, incoerente, desarticulada, implícita, degradada, mecânica, passiva e simplista, para assumir uma concepção unitária, coerente, articulada, explícita, original, intencional, ativa e cultivada.
De tudo o que foi dito, conclui-se que a passagem do senso comum à uma consciência é condição necessária para situar a educação dentro de seu significado primordial. Preocupar-se com a elevação do nível de consciência de todo um povo, de toda uma nação, é reconhecer na educação o sentido e o valor de nossa existência.
A filosofia da “práxis” (costumes) não quer maternos na consciência primitiva do senso comum, mas busca, ao contrário, conduzir-nos a uma concepção de vida superior. Da mesma forma, deveria nossa consciência ser trabalhada para que o sentido da educação fosse sempre mantido, ou melhor, visto como a essência que move nossa consciência.
A educação nos vem de três princípios básicos: a natureza, o homem, e as coisas. Assim, o desenvolvimento interno de nossas faculdades e de nossos órgãos é a educação da natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento é a educação dos homens; e a adquirida dos objetos que nos impressionam, por experiência própria, é a educação das coisas.Por isso, educação não é somente uma atividade é, acima de tudo, a construção de um saber que ultrapassa o sentido escolar e se torna uma construção permanente na vida do ser humano.

Estagnação na Educação

A reforma educacional proposta pela LDB 9394/96 foi marcante para o crescimento e organização da educação no Brasil. Entretanto, dando continuidade ao texto anterior, ela firmou três pontos que mantiveram a estagnação, deixando sua compreensão dual, não esclarecendo os objetivos principais do sistema educacional Brasileiro.
Destacamos a falta de clareza e definição na utilização dos termos educação e ensino, a não revisão da estrutura Universitária e a falta de uma proposta para a educação à distância.
Ou seja, a própria organização definida pela LDB não conseguiu apresentar uma solução para a dificuldade que surge quando tentamos entender educação como formação qualitativa humana. Assim, a LDB mantém um foco na compreensão tecnicista, compreendendo a escola como espaço de formação técnica e não de formação para habilidades e competências. Quando tratada como ensino, a escola tem a função de adestrar, de formar pessoas para cumprir objetivos localizados, ou seja, forma-se para fazer isto ou aquilo. Se a escola fosse entendida como espaço de formação educativa, onde o mestre somente conduz o aluno para o pensamento autônomo, teríamos a formação para integralidade, isto é, a formação do humano como um todo.
Esta mesma lei forçou a manutenção da Universidade Brasileira com sua estrutura arcaica de aulas expositivas. O que nos difere das organizações institucionais de primeiro mundo, onde o foco do ensino superior está na pesquisa acadêmica, de maneira que a aula vai se tornando um artifício obsoleto para o conhecimento. No Brasil as estruturas supervalorizam as aulas, onde o professor traz para os alunos o conteúdo esmiuçado e detalhando, não favorecendo o estudo pessoal nem a pesquisa científica. Assim, os acadêmicos brasileiros têm certa morbidez, não se empenham tanto, nem valorizam o estudo individual. Este modelo está formando profissionais medíocres e sem iniciativa, que mantém uma estrutura circular, onde o ensino superior se identifica mais com um pós-médio do que com uma graduação.
A educação à distância é uma outra realidade que não foi prevista pela legislação, assim permanece pouco definida no Brasil. Falta-nos uma estrutura legal que reja este processo. Neste aspecto vivemos um tempo de transição, onde surgem diversos cursos no modelo de educação à distância, desenvolvidos pela internet ou por tele-aulas, mas ainda não existe uma definição prática para a aplicação do método.
O Brasil tem um sistema escolar modelo, entretanto falta rever pequenos pontos, talvez não sejam os mais importantes, mas que se fossem analisados poderíamos contar no futuro com profissionais mais competentes e autônomos.